We’ll always have London

postado em: Europa, Inglaterra | 9

Esse post está quase dois anos atrasado. Entrou na lista de rascunho logo que cheguei da terra da rainha, mas outros posts passaram na frente, até que fiz uma limpa em rascunhos não publicados e percebi que só escrevi o título, “Londres”. Publiquei o post sobre o Stonehenge, que inclusive foi selecionado pro #Viajosfera do Viaje na Viagem na época, o que me deixou super feliz porque foi um passeio muito especial, pensado como uma sucessão de presentes pra minha mãe, que veio passar o verão de 2012 comigo, depois do meu primeiro – e estressante – ano de mestrado, e que comemora aniversário em agosto. Como eu não poderia estar presente, dei a ela presentes viajantes, e Londres foi o primeiro deles. Veja esse roteirinho do que fazer em Londres em 3 dias.

O tempo que passamos na capital britânica foi curto, e a viagem estava programada pra acontecer três dias depois da sua chegada aqui em casa, e tinhamos uma agenda intensa de viagens e outros passeios pela frente. A mãe do Bernardo também veio, mas como eles já tinham visitado Londres em outra ocasião – enquanto eu estava enfurnada nos livros preparando a monografia do primeiro ano – eles seguiram pra outros cantos. Assim, Londres foi a primeira viagem que fiz sozinha com minha mãe, e o post só vem ao ar hoje porque só agora me dei conta disso, enquanto percorria a gôndola de cervejas no supermercado e me deparei com a London Pride, que trouxe pra casa.
Primeiro momento emocionante: visitar o Stonehenge

Porque ir a um pub em Londres era item essencial da nossa lista de coisas a fazer. E pubs em Londres não são escassos, e tivemos a sorte de ter um praticamente na esquina do nosso hotel. Tão logo deixamos nossos pertences no quarto, fomos tratar de riscar dois dos itens importantíssimos na listinha londrina: comer fish ‘n’ chips e beber cerveja num pub londrino. Fazia tempos que não compartilhava uma refeição em tête à tête com minha mãe num restaurante. Fazia tempos que não brindava com ela. O atendimento e a comida no George’s Tavern estavam excelentes, mas o que mais me marcou foi esse momento que não vivia desde os tempos em que trabalhávamos juntas.

Beber cerveja num pub londrino era incontornável

 

Fish ‘n’ chips

 

No dia seguinte, acordamos cedo para o passeio ao Stonehenge. Eu queria muito ir à Londres, andar sem rumo pela cidade, sem roteiro definido, mas quando pensei em levar minha mãe pra capital, pensei que o passeio era indispensável, incontornável, imperdível. E foi o único compromisso que permiti nesse roteiro sem rumo. Acordar cedo durante as férias é meio chato, mas o incômodo foi rapidamente recompensado à medida que percorremos o caminho maravilhoso que nos leva até Salisbury, e eu fiquei maravilhada com a paisagem campestre inglesa. A emoção nos olhos da minha mãe ao se ver diante daquele monumento que ela tanto sonhou em ver fez valer a pena cada minuto de sono perdido. Eu me emocionei diante da emoção dela.

 

No retorno, percorremos os parques da capital: atravessamos os jardins do palácio de Kensington e andamos sem pressa em direção ao Hyde Park. Meu passo insistia em acelerar, mesmo sabendo que não tinhamos nenhum horário marcado, nenhuma agenda a cumprir, ninguém para encontrar, mas ela sempre me lembrava disso, e eu desacelarava a marcha. Caminhamos pelo Serpentine Lake, paramos no Memorial da Princesa Diana, quando vimos uma árvore imensa, quando vimos patos às margens do lago. Paramos pra fotografar de tudo um pouco, e apreciar a calma do parque, o silêncio do lago, a tranquilidade dos patos, a inocência das crianças brincando. Engraçado pensar que fora dali, a maior capital europeia seguia seu ritmo acelarado, enquanto seu coração verde permanecia plácido.

 

 

Enquanto ela fotografa as flores do jardim, eu fotografo ela.

Saimos pelo portão que nos deixou diante do Wellington Memorial, e contemplamos por um tempo o Wellington Arch e o Australian War Memorial. Ao longo do caminho até o palácio de Buckingham, sinais lembravam as diversas guerras e perdas sofridas ao longo do reinado inglês. Diante dos muros do palácio, assustadoramente cobertos de arame farpado, discutimos sobre quem era prisioneiro naquela história. Uma vez diante do palácio, não resistimos à uma das numerosas selfie que fizemos nessa viagem. Não nos juntamos à pequena multidão que se acumulava na frente do palácio, e seguimos nosso caminho pro St. James’s Park.

Wellington Memorial
Australian War Memorial
No Palácio de Buckingham
Mais uma selfie londrinha em Saint James’s Park (e minha cara de quem prefere ficar atrás das lentes)
Dali, nossa caminhada nos levou às margens do caudaloso rio Tâmisa, passando pela abadia de Westminster e pelo Parlamento inglês, onde paramos para contemplar um dos mais famosos cartões postais do mundo: a torre do Big Ben. Lentamente, caminhamos sobre a ponte que atravessa o Tâmisa, parando para contemplar o parlamento, as águas rápidas do famoso rio, e continuamos andando em direção da imensa roda gigante, London Eye. Entramos na fila pra atração que promete uma vista panorâmica belíssima de Londres, e o tempo de espera foi muito bem recompensado. Antes de passar num pub diferente, ainda demos um pulinho na Trafalgar Square pra cumprimentar o almirante Nelson, e depois fomos pro pub, como muito londrino faz depois do expediente.
O inconfundível edifício do parlamento britânico
The Eye

 

London view from The Eye

 

Essa imensa avenida que é o Tâmisa

 

Almirante Nelson imponente na Trafalgar Square

 

Pra aproveitar o último dia de passeio na capital britânica, optamos pelo ônibus turístico, um hop-on/hop-off que compensa porque também inclui o passeio de barco pelo Tâmisa. Além disso, turistar com minha mãe me ensinou que devo adaptar meu ritmo ao dela, da mesma forma que ela o fez quando minhas curtas pernas de criança não conseguiam acompanhar seus passos acelerados. Muito aprendemos sobre a cidade, muito descobrimos, e muito vimos. A primeira parada, na Saint Paul’s Cathedral, foi um dos momentos mais marcantes, pois aconteceu durante uma missa. Nos sentamos no fundo da igreja, minha mãe disse que queria participar da comunhão. Antes do momento, os membros da igreja se aproximam dos presentes pra perguntar quem gostaria de comungar, e ela se dirige ao espaço reservado aos fiéis. A emoção dela naquele momento marcou esse dia, e foi revivida quando fomos ao concerto de órgão horas mais tarde, na abadia de Westminster.

A série de fotos abaixo resume nosso tour de ônibus, à pé e de barco por Londres. A cidade é fascinante, sem sombra de dúvidas, e cada um se apaixona por Londres por diversos motivos. Eu me apaixonei pela cidade, certamente, mas ela foi um cenário feliz para uma viagem marcada por experiências carregadas de emoção. De Londres, eu trouxe um dos maiores tesouros que podemos trazer de uma viagem: memórias de momentos únicos que dividi com minha mãe. Precisei de dois anos para processar toda essa viagem. E relembra-la foi meu jeito de me aproximar um pouco da minha mãe, mesmo com um oceano e 10 mil quilômetros de distância entre nós. Escolhi publicar este post no dia das mães no Brasil, e desejo a todas as mães um feliz dia e dias felizes, sempre. Todo mundo tem a melhor mãe do mundo. Eu dedico esse post à minha mãe, a melhor do mundo.

No double deck turístico pra conhecer a cidade sem fazer a mãe andar léguas
Todo turista deve ter essa foto na coleção
Saint Paul’s Cathedral

 

Lavandas não são exclusividade da Provença !

 

Ontem e hoje se encontram harmoniosamente em Londres

 

Tower of London

 

 

O sol apareceu pra deixar a foto da London Eye mais bonita

 

Abadia de Westminster

 

 

  Arquitetura contemporânea e clássica dividem o mesmo espaço e se integram de forma singular em Londres.
Como não lembrar de 007 Skyfall?
Continue viajando em Londres com esses blogs:

 

Minha pequena série de clichês londrinos

 

 

 

 

9 Responses

  1. Lili Carvalho Lopes

    Que maravilha, Natalia! Imagino como se sentiu sua mãe a realizar seu sonho na sua companhia.
    Lindas fotos, Londres é muito bonita mesmo; mas ainda prefiro a Belle Paris,rs.
    Beijos pra você moça LInda!
    Lili Carvalho

  2. Nah - Pra Ver em Londres

    Adoreeei seu post, Nat. E fiquei felicíssima em ver meu filho recomendado aqui. hehe
    Bela forma de homenagear o Dia das Mães. Parabéns! 🙂
    Espero encontrá-la na minha próxima temporada europeia. E que seja logo.
    Beijão

  3. Natalia Itabayana

    Realmente foi uma viagem cheia de momentos especiais, tanto em Londres quanto em Paris, pois estivemos na cidade luz dias depois. Não consigo eleger uma preferida, tenho momentos perfeitos em ambas 🙂
    Bisous !

  4. Natalia Itabayana

    Fico feliz que tenha gostado, Nah! Londres é uma cidade fantástica, com milhares de atrações interessantes pra todos os gostos, e mesmo tendo feito o básico do básico, a cidade me deixou completamente encantada, porque é uma gigante cheia de história e charme. Também espero que possamos nos encontrar, seja no velho ou novo continente!
    Beijo!

  5. Vivi Monteiro

    Olá Na,
    Um post lindo e ver Londres por outros olhos de maneira tão especial é muito bacana.
    Peninha que não tivemos a oportunidade de nos conhecermos nesta viagem.
    Voltando a Londres será um prazer te acompanhar em um tour ou simplesmente um bate papo em um Pub com uma deliciosa Pint.
    Obrigada pela indicação do viviemUK.
    Bjs,

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