Creme de abóbora

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PORTUGUÊS/FRANÇAIS

Enquanto no Brasil o termômetro sobe, por aqui ele faz o movimento contrário, os agasalhos começam a sair do fundo do guarda-roupas e a sacola de feira ganha uma configuração outonal, cheia de abóboras, couve, espinafre e alho poró, dentre outras delícias que garantem um menu quentinho, com sopas, caldos, cozidos e cremes, e um dos momentos mais emocionantes do ano é quando vejo na feira ou na parte de legumes do supermercado o retorno da vedete da estação (sim, me emociono até com frutas e legumes), um legume que durante anos negligenciei por pura implicância, e que redescobri quando estava na faculdade e fui almoçar na casa da minha saudosa bisavó (as mulheres da família são deveras longevas, até a tataravó me conheceu).

Naquela ocasião, minha querida bisavozinha Haydée (nunca soube o porquê do seu nome francês) já tinha sido diagnosticada com Alzheimer, e por somente por isso tinha uma secretária do lar, cozinheira de mão cheia, que no dia da minha visita surpresa tinha preparado bolinho de carne (o melhor que já comi até hoje, nem ouso tentar reproduzir) e purê de abóboras. Encarei o purê e ele me encarou de volta, olhei pra Elza – a  secretária/cozinheira de mão cheia – e contei minha história traumática, e ela me disse simplesmente: experimenta, se não gostar, esquento o arroz. Ora, se tem uma coisa que tinha aprendido até então, e isso graças à carimbada no passaporte feita anos antes, no aeroporto de Zurique, é que eu tinha que parar com minha “chatura” pra comer, que consistia em dizer simplesmente que não gostava do prato/alimento/ingrediente sem mesmo ter experimentado. Viajar faz a gente abrir todos os horizontes, os gastronômicos inclusive. Experimentei e nunca mais abri mão de incluir abóbora no menu. Reencontrar a abóbora na feira/supermercado no começo do outono me faz reviver esse almoço com minha bisavó, e uma receita que gosto de preparar quando as temperaturas começam a cair é o creme de abóbora.
Como somos só eu e Bernardo em casa compro uma fatia de aproximadamente 1kg de abóbora, descasco e corto em pedaços, e deixo cozinhar com um cubo de caldo de galinha ou carne. Depois de cozida uso o mixer ou liquidificador pra bater a abóbora sem o caldo do cozimento, refogo 1/4 de cebola picada e um dente de alho amassado com 100g de bacon (ou champignons picados ou camarões ou carne moída), misturo a abóbora e acrescento duas colheres (sopa) de creme fresco (acho que o creme de leite fresco pode ser usado nesse caso) e sirvo com um raminho de salsinha que sempre acompanha minha fatia de abóbora quando compro na feira! Bon appétit!


Crème de potiron


Alors qu’au Brésil les températures ne font que monter à l’heure qu’en France c’est tout le contraire que se passe, nos manteaux prennent la place des vêtements légers d’été et les légumes automnaux qui s’invitent dans les bacs du marché, où l’on voit de plus en plus le retour des courges, de choux, des épinards et du poireau, parmi d’autres délices de saison qui nous permettent d’avoir un menu chaud et varié avec des soupes, crèmes et potages. C’est à cette époque que je m’émeus rien qu’en voyant certaines légumes (oui, ça m’arrive, l’émotion m’envahi vite pour des choses très simples), plus particulièrement une avec qui “j’ai fais la paix” grâce à mon arrière grand-mère (les femmes de ma famille vivent longtemps, vous savez, la maman de mon arrière grand-mère m’a connue – ça fait trop d’arrières là, je sais).


A l’occasion mentionnée, mon arrière grand-mère Haydée, qui j’aimais beaucoup (j’ignore toujours la raison pour laquelle son prénom est français) avait déjà son diagnostique d’Alzheimer posé, mais elle habitait toujours dans son appartement et il y avait la femme qui lui aidait dans son quotidien, y compris en lui préparant ses repas, et elle cuisinait à merveille, Elza. J’étais encore à la fac, qui n’était pas loin de chez mami, alors je décide d’aller lui rendre visite et profiter pour lui tenir compagnie lors du déjeuner. Pour mon étonnement, Elza avait préparé des boulettes de viande (qui d’ailleurs étaient son spécialité tellement elles étaient goûteuses) une purée de courges. Moi, à cette époque là, n’aimais pas la courge (j’avais un trauma d’enfance), et je l’avais expliqué à Elza, qui m’a dit tout simplement que je devrais tout de même goûter la purée et, si je ne la trouvais pas à mon goût, elle me servirait du riz. J’ai goûté la purée et elle était délicieuse et à partir de ce jour la courge fait partie des menus quand les températures commencent à baisser. Ce moment quand je suis au marché et je vois la courge c’est en quelque sort une façon de revivre ce repas avec  ma mami tant aimée, et je la prépare souvent en crème.


Nous sommes deux à la maison, alors pour ma recette je fais cuire 1kg de potiron épluché et coupé en morceaux avec un cube de bouillon de poulet ou viande. Après la cuisson, j’égoutte le potiron et le passe au mixer, puis je fais revenir 1/4 d’oignon coupé en dés et une gousse d’ail écrasée avec 100g de lardons fumés (ou des champignons de Paris ou des crevettes ou de la viande hachée), je rajoute le potiron et 2 cuillères (soupe) de crème fraîche et je sers avec du persil. Bon appétit!

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