Berna, a encantadora capital suíça

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Suíça, o país que inaugurou as páginas do meu passaporte, carimbado pela primeira vez na terra do chocolate, dos relógios e do Guilherme Tell quando lá decidi passar o natal, há 8 anos. Mas por que a Suíça numa época que o câmbio era altíssimo, perguntar-se-ia o leitor. Porque ali teria hospedagem, minha tia-madrinha reside neste pequeno país há alguns anos. E como seria minha primeira viagem internacional e eu sempre quis ver a neve (quem nunca?), não hesitei em agendar a viagem pra dezembro, pra passar natal e ano novo no frio, e ver a paisagem completamente branca. Acontece que esse inverno foi um tanto especial: a neve mal cobria os Alpes, e a neve chegou muito tarde, deixando a paisagem sem a cobertura branca que eu esperava encontrar quando lá cheguei. Foi em Berna que pude ver os floquinhos caindo pela primeira vez, enquanto percorria, maravilhada, as ruas da cidade, abrigada nos passeios cobertos. Realizei um sonho, mas minha tia me disse que eu deveria voltar no verão, porque a paisagem é linda.



O convite saiu da gaveta em julho de 2012, quando aproveitamos a presença das mães e o aniversário de três anos da priminha suíça pra fazer o passeio à Suíça estival, sendo Berna nossa primeira parada. Saimos de Aix-en-Provence pela manhã, por volta das 7 horas, levando mães, cachorro, piquenique e muita música, pra descontrair durante o trajeto. Saindo de Aix, seguimos estrada rumo à Lyon, passando em seguida perto de Annecy e entrando na Suíça por Genebra. Vale lembrar que não há pedágios nas estradas suíças, mas nas fronteiras os guardas nos vendem o selo pra circular nas mesmas, que custa cerca de 34€ (40 CHF) e que vale durante o ano indicado (o nosso era válido durante todo o ano 2012).

Pausa pro piquenique

Nossa primeira parada foi na França mesmo, pro piquenique de almoço, no melhor estilo “olha, daqui a 2km tem área pra piquenique”, que são banquinhos instalados no meio de um bosque, com banheiros limpos e nada mais, numa parada no departamento de Isère, que tem uma paisagem que evoca alguns clichês, de tão bela. Algumas áreas tem lanchonetes e restaurantes, mas tínhamos realmente nos preparado pro piquenique e prevemos todos os ingredientes necessários pra preparação de 4 bons sanduíches, com frutas de sobremesa. Luna também teve direito ao seu lanchinho, e logo seguimos viagem, não tardando a cruzar a fronteira. De longe, vimos o lago de Genebra, cidade onde passei o último dia do ano 2004, percorrendo as ruas quase vazias em companhia da minha tia, antes de voltarmos pro cantão onde ela morava, e onde a polícia iria, por duas vezes, interromper nossa comemoração de ano novo.

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Palácio da Federação

 

Jogo de xadrez gigante, uma das lembranças que marcaram a primeira visita.

Em cerca de uma hora e meia chegamos à Berna, estacionamos sem dificuldades – era meio de semana, no meio da tarde – e fomos percorrer as ruas em busca de um ponto turístico que muito me marcou quando visitei a cidade: o abrigo dos ursos. Eu me lembrava vagamente que eles ficavam perto de uma ponte, o que não ajudava muito, em se tratando de uma cidade às margens de um rio. Mas também que lembrava de uma avenida onde ficava a torre do relógio, algumas fontes e que inevitavelmente levava aos ursos. Não, não havia preparado nenhuma espécie de roteiro pra visitar a Suíça, não pensei em nenhum monumento ou museu ou atração turística do tipo “não morra sem antes conhecer”. Fato é: teríamos pouquíssimo tempo na cidade, cerca de três horas, e meu objetivo era redescobrir o primeiro país que conheci fora da terra brasilis, e me encantar novamente, como se fosse a primeira vez, e encantar Bernardo e mães também.

 

Kramgasse

O que aconteceu, de fato. A impressão que tive, ao ver o rio Aar, de um azul profundo, foi a de quem visita a cidade pela primeiríssima vez na vida. Porque, quando fui pela primeira vez, no inverno 2004-2005, o rio tinha suas águas escuras, barrentas até, e a paisagem era praticamente em tons de cinza. No verão, entretanto, tudo era diferente: uma aquarela se mostrava diante dos olhos, tanto nos edifícios e monumentos, quanto na própria vegetação. O que vi foi uma explosão de cores, uma paisagem magnífica e um calor que em nada deixa a desejar em relação às temperaturas tropicais, e de quebra temos direito à vista para os Alpes, com seu topo bem branquinho (o que muito me agradou, diga-se de passagem, apaixonada que sou pela neve). Foi a vista que tivemos quando passamos perto do Palácio Federal, na nossa caminhada rumo à fossa dos ursos.

Percorremos as ruas da cidade mais florida da Europa em busca dos animais que enfeitam o brasão, e pelo caminho apreciamos estátuas coloridas e muitas fontes, a torre do relógio, e escapamos do sol percorrendo a Kramgasse sob passagens cobertas para pedestres – sábia estratégia arquitetônica, serve pra nos proteger da chuva, da neve e do sol forte e dessa vez, me proporcionou uma excelente sombra pra fugir do sol escaldante – sim, o sol escalda no país onde os Alpes são visíveis em praticamente qualquer canto. Confessarei: eu estava completamente perdida, e teimosa que sou, me recusava a pedir direções à quem quer que fosse (nesse casal, sou eu quem se recusa a admitir que está perdida e, consequentemente, não pede informações). Num determinado momento vi a Rathaus (prefeitura) numa rua paralela, e me lembrei que ela não ficava tão longe assim dos ursos, estávamos na boa direção.

Rio Aar visto da Nydeggbrücke. Os jovens pularam pro mergulho da ponte na foto.

Assim que chegamos na ponte que fica no final da Kramgasse (que muda de nome pra Nydeggasse), a Nydeggbrücke, a visão do rio nos deteve por instantes: as águas  de cor turquesa são hipnotizantes, principalmente quando o termômetro supera a marca dos 32°. Numa ponte ao lado, um grupo de jovens com roupas de banho se preparava para pular, e juro que tive que conter minha vontade absurda de fazer o mesmo quando os vi seguindo a correnteza rio abaixo, mas os ursos que eu tanto queria ver esperavam poucos passos à frente. Chegamos à fossa e… nada de ursos. Em 2009, os mascotes da capital ganharam um parque à beira do Aar, deixando a fossa decorada com troncos de árvores que reproduzem os animais que um dia ali habitaram. Björk e Finn, o casal de ursos, tem hoje uma bela área onde podem pescar, andar e se refrescar no rio (juro que morri de inveja quando vi). Além disso, o filhote do casal também divide o espaço do parque, em uma área separada. O parque pode ser visitado diariamente, e a loja de lembrancinhas funciona de 8h30 às 16h30.

 

Um urso se esconde nesta foto.
Tive a chance de conhecer duas Berna: a primeira, que me encantou com a neve e com seus mascotes, e a segunda, colorida, estival, maravilhosa, que abrigou num lindo parque os mascotes que deram nome à cidade. Quero voltar no outono e explorar outras atrações da cidade, com calma !

 

Quer outros motivos pra visitar Berna ? Então vamos lá:

– a capital da Confederação Helvética – Suíça – é Patrimônio Mundial da UNESCO;
– Albert Einstein formulou ali a Teoria da Relatividade (vai que tem algo no ar ou na água que inspira);
– tem o título de cidade mais florida da Europa – jardim da Europa é apelido da Suíça;
– vende a água mais cara que já bebi na vida (por isso, compre no supermercado e não no primeiro bar do caminho);
– tem um rio lento gratuito – os suíços não tem o menor problema de se jogar das pontes do Aar pra se refrescar, e sairem numa praia qualquer metros à frente;
– visitar os outros lugares que não pudemos conhecer porque passamos somente três horas na capital: o Jardim das Rosas, o Museu de História de Berna, dentre outras atrações, tranquilamente.

Distância de Aix-en-Provence à Berna: 600km pela autoestrada

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