Pra variar um pouco, e como uma hora seria inevitável variar os temas do blog, uma hora eu começaria a escrever sobre assuntos que não fossem necessariamente relatos da nossa rotina, das nossas descobertas e dos nossos passeios e hoje, num momento em que estava sozinha com meus botões, alguns piscaram pra mandar uma mensagem de que a massa cinzenta ainda funciona, de que pensamentos ainda brotam e que basta eu me dar um tempo pra escuta-los… Hoje resolvi começar a me escutar, e o fio da meada começa pelo seguinte…
Difícil não nos queixarmos de uma certa nostalgia, de rememorar, durante os encontros de família, reencontros com amigos ou ao vermos fotos antigas, aqueles bons tempos, como era boa aquela época… Mais difícil ainda, talvez quase impossível mesmo, seja lembrar das dores que porventura antecederam nossas vitórias, do sofrimento que culminou numa conquista, em eventuais noites em claro tentanto encontrar uma solução para uma aflição…
Antes que seja precipitadamente entendida como avessa aos devaneios do passado, que fique claro o incômodo que me trouxe à escrever: longe de se tratar de um artigo ou ensaio sobre a questão da memória, da nostalgia e do passado, minha intenção foi juntar alguns pensamentos soltos e tentar dar a eles uma forma um tanto mais agradável do que frases isoladas que vão e vem de tempos em tempos.
O problema do passado que teima em voltar é a forma como lidamos com esse fato: ou o observamos como uma referência para nos nortear o caminho pela frente, ou deixamos que ele tome uma dimensão desproporcionada que invade o presente de modo a sufocar este último, e desta forma acabamos vivendo aprisionados pelo que já passou, com a eterna dúvida de “como poderia ter sido se…”. Nada mais triste e cruel que tal dúvida, que dilacera a alma e deixa turva a nossa visão do presente, fazendo com que o futuro se torne cada vez mais difícil e distante…
Longe de dizer que não devemos olhar para trás ou ignorar o passado; ao contrário, devemos sim fazê-lo, mas com a cautela de não sermos aprisionados nos momentos que revemos, e que o façamos de forma a orientar nossa caminhada para frente, ver o passado por como por um espelho retrovisor, e não uma vitrine de museu. Naquele tempo era bom sim, ninguém contesta este fato, mas será que se fosse hoje seria tão bom assim?
Marta
Adorei o seu texto, pq semana passado eu estava pensando exatamente sobre "saudade" e "saudosismo"… Bom, e pra falar o óbvio: bem ou mal, o passado está lá atrás, imutável! Não podemos trazer as coisas boas e graças a Deus que as ruins ficam por lá mesmo… E ainda bem que temos o dia-a-dia para viver, senão seria muuuuuuuuuuuuuuito complicado, né?
Bj com SAUDADE (hehehe)
ArthurFrançaBrasil
Ainda não consegui escrever sobre "saudades" ou o nosso passado e todos sentimentos precisamos passar até chegar aqui, mas essas aflições que a mente as vezes nos coloca "…como poderia ter sido se…", também me faz refletir muito.
E num desses dias escrevi algo mais ou menos assim:
http://arthurfrancabrasil.blogspot.fr/2012/03/reflexoes.html
Abraços.
Natalia Itabayana Junqueira de Mattos
Quando estamos longe a saudade acaba virando um tema recorrente, mas que aos poucos acabamos por dominar, caso contrario fica dificil seguir com os projetos!