Português/Français
Difícil encontrar as palavras certas para fazer jus à beleza sem correr o risco de cair no lugar comum, sem pecar pelo excesso de clichês, mas também sem negligenciar detalhes importantes desta ilha encantadora. Nosso primeiro contato com a Córsega foi durante a noite, quando saimos do ferry-boat e rumamos em direção à casa onde passaríamos os dias de férias. Todos os amigos e conhecidos com quem conversamos sobre a ilha já tinham nos prevenido sobre as estradas sinuosas, e não tardamos para confirmar o fato : percorremos os 25km que separam o porto de Bastia da casa onde nos hospedamos em meia hora.
Não foi do mar que vieram as náuseas, mas das curvas mesmo. Sorte que a lua nasceu tão linda nessa noite, e o céu estava tão estrelado, o mar de uma calma impressionante, e que ficamos mais maravilhados que qualquer outra coisa. E que mar. Bernardo riu muito quando dissemos que o mar era absurdamente azul : era quase meia-noite, com que luz poderíamos ver isso ? Com a luz que iluminava a praia onde vimos tons de azul impressionantes, à meia noite mesmo. A confirmação viria no dia seguinte.
Depois do café da manhã sem pressa, afinal estávamos de férias, seguimos sem rumo, quer dizer, com rumo muito certo : a beira do mar. A cada nova curva seguindo em direção do norte do Cap Corse, uma sucessão de “UAU” e “olha a cor dessa água invadia o carro”. Não posso esquecer da frase mais dita pelo nosso amigo francês, em bom português “muito lindo”. Realmente, tudo era muito lindo. O plano inicial era seguir até o extremo do cabo corsa e fazer uma caminhada na trilha litorânea, mas depois de umas cinco curvas, estacionamos onde deu, descemos do carro com piquenique, pés de pato e snorkel, e encontramos uma praia só nossa. Nada de areia na praia, mas já estamos acostumados (confesso que prefiro sem areia mesmo) : a praia era de algas secas. O desafio era andar entre as pedras redondas dentro do mar, mas para garantir conforto existe solução : sapatilha de borracha apropriada pra praias com pedregulhos. Que nós, depois de 3 verões em território francês e frequentando praias com pedras, ainda não compramos. No próximo, quem sabe.
Aproveitamos o tempo em que o sol ainda iluminava a praia pra apreciar o mar. Enquanto a praia ainda era exclusivamente nossa, os rapazes curtiam o mar, devidamente equipados de snorkel. De repente, minha amiga levanta e aceita o convite pra entrar no mar. Com snorkel. Pela primeira vez. Num mar de um azul impressionante, aconteceu o batismo de mergulho da minha amiga, que não sabe nadar. E a primeira coisa que ela falou quando saiu da água foi “quero um snorkel pra mim !”. Depois de presenciar esse momento mágico, levantamos acampamento e seguimos em direção ao extremo do cabo corsa, passando por Macinaggio e seguindo até Barcaggio. A estrada nos leva da costa corsa até as montanhas, e no caminho fizemos uma parada pra fotos num lugar onde antes era feita a descarga de entulhos e que foi limpo e requalificado, servindo como excelente mirante da região, de onde vemos o vilarejo de Rogliano nas montanhas, Macinaggio a leste e Barcaggio ao norte.
A estrada, igualmente sinuosa, cortava as montanhas de pedra verde da região, mesma pedra usada nas construções : torres de vigia, fazendas, telhados, terraços em estilo ligúrio, herança do povo que habitou o local durante bastante tempo. Majoritariamente agrícola, as fazendas ocupam grande parte da paisagem do cabo corsa, que é muito preservada, com mata fechada ao longo de grande parte do trecho em zigue-zague que nos levou até Barcaggio. A estrada, além de muito sinuosa, é bastante estreita, e requer prudência em alto nível. Mas a recompensa que temos ao chegar ao final dela compensa, e recompensa o momento em que o pensamento “que lindo” é substituído pelo “quando é mesmo que lançam teletransporte ?”. Fomos direto pro porto, onde os meninos aproveitaram os últimos raios de sol pra mais uma exploração subaquática, enquanto eu e minha amiga contemplávamos a paisagem que nos cercava, com ares de “se for sonho, não me acordem !”
(Tem mais fotos abaixo!)
Cap Corse, jour 1: Macinaggio et Barcaggio
Baptême de tuba de Cinthia Batismo de snorkel da Cinthia |
LadyMilonguera@Talons hauts et sac à dos
J'ai une soudaine envie d'y retourner !
Natalia Itabayana
La Corse a cet effet sur nous, n'est-ce pas ? Nous n'avions pas envie de partir !
Boia Paulista
Oi, Nati. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie – Boia
Natalia Itabayana
Ei Natalie!!
Obrigada pela escolha!
Deise
Natalia,
e não é que eu não tive tempo de ir até a Córsega! Vou ser obrigada a voltar ao sul da França de novo! kkkk
Natalia Itabayana
Bom das viagens é termos sempre uma boa desculpa pra voltar, né? E olha que a Córsega é um excelente motivo!
LUGARES INTERESSANTES
Olá, Natalia!
Parabéns pelo blog! Amo viajar e até comecei a fazer um blog de viagens (viajarecurtir.blogspot.com), mas acabei me enrolando com excesso de trabalho e depois um filho, deixando o blog parado desde 2011.
Bom, mas estou maravilhada com suas palavras, fotos e lugares que visita. Cada coisa mais linda que a outra!
Ontem eu prometi a mim mesma que em breve visitarei a região de Provence (um sonho que tenho que realizar!) e comecei a pesquisar sobre o local e me deparei com o seu blog.
Mais uma vez, parabéns!
Bom, eu nunca tinha ouvido falar nesta ilha, mas estou apaixonada e quero muito conhecer. Você acha que consigo conciliar a visita à Provence com um passeio por essa ilha? Você recomenda quantos dias?
Como você chegou a essa ilha? De Ferry Boat saindo de onde?
E essa casa alugada? Como conseguiu? Vale a pena ou é melhor ficar em hotel?
Se puder me responder esses detalhes, agradeço imensamente.
Obrigada, Lívia Alarcão (de Brasília, Brasil).
livia.alarcao@gmail.com