Quando decidimos ir à Córsega, não estruturamos um roteiro de visitas, mas tínhamos algo em comum que facilitaria e muito nossa viagem : atividades ao ar livre, principalmente trilha e snorkel. E foram justamente essas atividades que nos orientaram, e foram o centro do nosso segundo dia no Cabo Corsa. Quando visitamos Macinaggio e Barcaggio no dia anterior, sabíamos de uma trilha ao longo do litoral do Cabo, com ponto de partida tanto no litoral oeste saindo de Centuri, como no litoral leste saubdi de Macinaggio, e foi este o ponto de início do nosso passeio.
Estacionamos no porto da cidade, e lá mesmo fica o Office de Tourisme da cidade, onde nos informamos sobre a trilhas, pegamos mapas e demos início à caminhada. A funcionária que nos atendeu disse que o percurso total de 10km até Barcaggio pode ser feito em aproximadamente 3h30, e que poderíamos voltar de lá de barco, sendo que o último que faz o trajeto saía do porto da cidade às 17h.
Praia de algas
Caminhamos cerca de meia hora quando chegamos à uma praia onde funcionários do parque davam informações aos visitantes sobre o tempo necessário para percorrer a trilha até o destino final e, mais importante, sobre os cuidados que todos devem ter dentro do perímetro do parque : não acender fogueiras, não desembarcar nas ilhas, “não deixar nenhuma marca de sua passagem”. Optamos por não seguir até Barcaggio porque játínhamos conhecido a cidade e seu belo litoral no dia anterior, quando a fome apertou, escolhemos um canto na beira d’água pra fazer o piquenique. Digamos que conforto não foi a palavra de ordem pra esse piquenique : a encosta rochosa da praia onde estávamos me fez invejar as pessoas prevenidas que compram as sapatilhas próprias pra praias com pedregulhos e rochas. Improvisamos uma sombra e degustamos nossos sanduíches como se fosse pratos gastronômicos de restaurantes estrelados. Porque, com a vista que apreciávamos, tudo era maravilhoso.
Ilhas Finocchiarola, protegidas pelo parque, desembarque proibido
Os meninos aproveiram a pausa pra explorar o mar, enquanto nós treinávamos para ser calango, grudadas na pedra e tomando sol. Em condições normais de temperatura e pressão, Cinthia e eu não somos do estilo calango no sol, mas as condições eram outras : estávamos na Córsega, o fim do verão estava cada vez mais próximo, o inverno passado tinha sido deveras longo, e ainda acrescente dois anos de mestrado mais um ano de curso de francês na equação. O troféu calango era mais que merecido. No mais, quando os meninos sairam da água, contaram do encontro com medusas : bastou evocar o animalzinho gelatinoso, lindo, mas temido, que preferi nem entrar n’água. Quando criança, não gostei dos contatos imediatos com o bichinho, lembro até hoje da dor. Levantamos acampamento e prosseguimos nossa trilha. Não sem antes fotografar os frequentadores inusitados da praia ao lado : as vacas que pastavam… algas secas. Bom, já posso riscar “ver vacas banhistas que comem algas”da minha lista de coisas pra ver na vida.
Sob o sol do mediterrâneo. Vacas praieiras e felizes.
Levantamos acampamento e seguimos caminhada pela trilha indicada. Éimportante procurar pelas indicações da trilha, são geralmente traços pintados em rochas ao longo do caminho, e seguir por ele, pra evitar de se perder e também respeitar os limites do parque. Alguns quilômetros depois do ponto onde fizemos piquenique, andando entre a vegetação baixa composta de arbustos de folhas espessas e pontudas, alguns cactos aqui e ali, grandes arbustos de alecrim, e à medida que nos distanciamos da praia, as árvores ganham em estatura. Eram árvores de tamanho médio que bloqueavam a visão da capela de Santa Maria, localizada no meio do caminho do sentier des douaniers, entre Macinaggio e Barcaggio. A capela estava fechada, mas conseguimos fazer fotos que nos deixaram tristes : abandonada aparentemente há anos, é surpreendente que ela ainda esteja de pé. Não muito longe da capela estavam as ruínas da torre de Santa Maria, e foi o local que escolhemos pra estender a toalha e aproveitar o sol e o mar, que estava pra peixe, e sem medusas, felizmente. Até peixinho-espadinha vimos, muito pequenino, mas lindinho!
Assim que chegamos no porto, onde deixamos o carro, vimos que a caminhada foi produtiva : foram 11 quilômetros percorridos, num ritmo tranquilo e com parada pra lanche e mergulho, além da parada na torre, de onde voltamos. Nosso passeio deve ter durado cerca de 6 horas, e mesmo tendo caminhado bastante e feito snorkel por um tempinho também, estávamos bem dispostos, e voltamos pra casa querendo outro passeio no mesmo estilo. Pra encerrar o segundo dia, tivemos direito à javali no jantar, animal típico da ilha. Porque uma caminhada excelente, em boa companhia, e aniversário de 5 anos do casal amigo merece ser comemorado com estilo!
A torre de Santa Maria (centro). No fundo à direita, a ilha da Giroglia
Boia Paulista
Oi, Nati. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie – Boia
Natalia Itabayana
Ei Natalie!
Noticia boa pra alegrar o inicio de semana! Obrigada pela escolha!