Encrustrada no massivo dos Alpilles, cadeia montanhosa protegida desde de 2006 quando foi criado o Parque natural regional dos Alpilles, a cidade medieval de Les Baux de Provence carrega no nome um dos componentes rochosos da região: baux refere-se à bauxita, mas foi adotado como sobrenome da família que dominou a região por bastante tempo. A cidade é inscrita no comitê de “Vilarejos mais belos da França” que tem por objetivo valorizar o patrimônio, o território e reconciliar essas cidades com o futuro, sem transforma-las em museus ou lugar de pura atração turística, com preocupação em valorizar a cultura local e evitar a “desertificação rural”, ou o êxodo para os grandes centros urbanos.
A ocupação da região data da pré-história e os habitantes tem em comum o recurso à proteção das rochas: o castelo e casas foram esculpidos e adaptados com o passar do tempo e das sucessivas tentativas de invasão. Parcialmente restaurado, o castelo e as habitações são um registro histórico interessante do esforço de sobrevivência e adaptação dos habitantes, que tiveram de lidar com a escassez de água construindo poços que armazenavam a água das chuvas, o frio cruel trazido pelo impetuoso vento norte, o frio, forte e seco mistral (em duas das quatro vezes que visitei a cidade, ele soprava à cerca de 100km/h) e as guerras.
Dentro do domínio do castelo podemos visitar a Capela Saint Blaise, construída no século XII e onde é projetado em permanência o filme “A Provença vista do céu”, com imagens magníficas da região e de suas principais atrações. As ruínas do hospital são hoje palco das demonstrações de luta de espada e ficam próximas às máquinas de sítio. Do alto do plateau a vista sobre a Provença é deslumbrante e oferece, em dias com céu limpo, uma visão do mediterrâneo. E as crianças são envolvidas na visita através de uma caça ao tesouro: um roteiro preparado para conciliar aprendizagem histórica e diversão! E eles adoram, já pude perceber como se envolvem na brincadeira e como aprendem sobre os acontecimentos do lugar!
Vale do inferno |
Deixe um comentário