Eu poderia facilmente classificar nosso último dia de esqui nessa temporada de inverno 2013-2014 como sendo o melhor, mas acho que seria uma injustiça com os outros 3 finais de semana que foram igualmente legais. Pra não cair no jogo dos superlativos, mas pra não deixar de conferir a devida importância ao desfecho de uma temporada tão legal nas pistas pra mim como foi essa, eu diria que o sábado de esqui em Val d’Allos superou e muito minhas expectativas, e parte disso aconteceu antes mesmo de chegarmos na montanha.
A primeira surpresa no caminho apareceu tão logo saimos da autoestrada: o imenso paredão rochoso no vilarejos Les Mées é conhecido como “os penitentes de Mées” : reza a lenda que trata-se de monges da montanha de Lure, que teriam sido petrificados por São Donat na época das invasões sarracenas por terem cobiçado belas jovens mouras trazidas por um senhor que voltava das cruzadas. Lenda ou não, fato é que a formação realmente aparenta uma série de monges em posição de penitência, e durante a noite a iuminação confere ao paredão um aspecto dramático e chama atenção de longe, quando passamos pelos autoestrada.
Na rota de fuga de Napoleão
Outras surpresas não tardariam a aparecer, como a placa na estrada 85, que integra parte do itinerário conhecido como
Route Napoléon, em referência ao trajeto percorrido por Napoleão Bonaparte depois da fuga da ilha de Elba até a cidade de Grenoble, no período conhecido como os 100 dias. Parte desse trajeto pode ser percorrido também de trem via
Chemin de Fer de Provence, um trem que liga Digne-les-Bains à Nice passando pelo interior e no meio de paisagens de sonho, e é um dos projetos de passeio pra sairem do papel ainda este ano. O itinerário Nice-Digne é percorrido em 2h15 e a tarifa trajeto único custa 23,30€. Durante o inverno é possível fazer o trajeto de Nice até Val d’Allos de trem e correspondência com ônibus que já é inclusa na tarifa (39€ ida e volta por adulto).
O vilarejo medieval de Colmars-les-Alpes
Chegando em Saint-André-les-Alpes deixamos a estrada nacional 85 que nos levaria à Nice e seguimos em direção dos Alpes, já acompanhando o curso do rio Verdon. Tão logo os primeiros topos de montanha deram sinais de neve recente, as casinhas ao longo do caminho ganharam características alpinas: detalhes em madeira, telhados mais inclinados e geralmente em ardósia. A maior surpresa não tardaria a chegar: faltavam poucos kilômetros pro nosso destino final quando avistamos um forte no alto de uma colina, e a seus pés, um vilarejo fortificado, Colmars-les-Alpes. Como nosso destino final estava pertinho e o objetivo inicial da viagem era aproveitar nosso último dia de esqui, seguimos viagem, já sabendo que faríamos uma parada na cidade no trajeto de volta.
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A fortificação em torno cidade de Colmars foi construída no século XI e em seguida foi reforçada em duas ocasiões, sendo a mais recente na época de Louis XIV sob responsabilidade do engenheiro de fortificações militares Vauban, o mesmo que foi responsável pelas belas fortificações da cidade de Briançon. Mas na época o objetivo não era a beleza, mas a proteção, e com as relações com os vizinhos transalpinos nem sempre foi amigável, a região dos Alpes conta com um bom número de construções militares que serviram de ponto de defesa contra as invasões dos exércitos piamonteses. Além da muralha que cerca o vilarejo, dois fortes também asseguravam a proteção da cidade, um ao norte e outro ao sul, e é bem comum vermos vilarejos protegidos por fortes da região alpina. Antigamente a proteção se justificava, e atualmente o patrimônio histórico dos lugares que outrora dispunham de posição estratégica privilegiada nos presenteam com uma grata paisagem.
Nosso tour pelo vilarejo foi rápido, eu diria mesmo que Colmars-les-Alpes é uma miniatura de Carcassonne, que tivemos oportunidade de visitar por duas vezes. Mesmo assim, a cidade nos deu uma impressão suficientemente agradável para nos deixar com vontade de voltar à região durante o verão, ali mesmo no Alto Verdon, pra percorrer as trilhas de bicicleta que tomam lugar das pistas de esqui durante os meses quentes, e apreciar a bela paisagem que descobrimos coberta de neve no início da primavera, mas com uma bela cobertura verde!
Tulipas na Provença
Pra encerrar o dia e fazer a transição do inverno pra primavera, fizemos uma última parada no caminho pra Aix-en-Provence, desta vez em La Brillanne, pra vermos os coloridos campos de tulipas, que não pudemos ver quando visitamos Keukenhof, na Holanda, pois a colheita já tinha acontecido. Tanto tempo morando aqui, e só agora fomos descobrir que bem pertinho de nós também temos algumas plantações da minha flor favorita! Claro que os campos não tem nem de longe a mesma extensão dos que são cultivados nos Países Baixos, mas alegrou o final do dia e coloriu o horizonte no momento que o pôr-do-sol se aproximava, uma paisagem de sonho!
Boia Paulista
Oi, Nat. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Feliz Páscoa!
Até mais,
Natalie – Boia
Natalia Itabayana
Oba! Obrigada pela escolha, Natalia!
Boa páscoa!
Ana Paula Cavalcante
Olá td bem Natália?
Por gentileza vc sabe os melhores dias p ver os campos de tulipa em La Brillane?
Desde já agradeço ❤
Natalia Itabayana
Oi Ana Paula!
Em geral as tulipas florescem no fim de março, início de abril!
Ana Paula Cavalcante
Muito obrigada Natália ❤