La Spezia: base em Cinque Terre

postado em: Europa, Itália, Ligúria | 7

Depois de passarmos o primeiro dia da nossa roadtrip italiana na terra do pesto, Gênova, rumamos um pouco mais ao sul, e em uma hora chegamos à La Spezia, nossa base para explorar o Parque das Cinque Terre. Quando li o relato da Alexandra Aranovich do blog Café Viagem sobre sua chegada de carro em Cinque Terre, tive ainda mais certeza de que minha escolha de cidade base não era equivocada. Veja bem, o zigue-zague pra mim só é tolerável quando subo os Alpes pra esquiar, porque é inevitável, e descendo a montanha – porque ainda tenho medo da velocidade e desço em zigue-zague. Além disso, foi base sugerida por amigos que fizeram a mesma viagem, e como o trem é o transporte por excelência pra desbravar os vilarejos, optamos rapidamente por La Spezia.

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A ideia inicial era partir de Gênova pela manhã e fazer uma parada em Portofino antes de seguir pra La Spezia, mas acabamos nos distraindo na conversa com a moça que se hospedou no albergue e pra quem demos carona e seguimos direto pra La Spezia. A distância entre Gênova e nosso destino final na Ligúria é de 110km, e percorrmos tranquilamente de carro em menos de 1h30, com pedágio de 12,30€. Nos hospedamos no Hotel Ca’ Dei Costa, aceita animais, tinha facilidade de estacionamento e não ficava longe da estação de trem. O estacionamento do hotel é pago, mas na rua é possível estacionar, e contamos com dois dias de estacionamento gratuito, domingo e segunda-feira, que era feriado de páscoa, assim só tivemos de nos preocupar com o carro na terça-feira, mas resolvemos o problema porque deixamos o carro no estacionamento da estação de trem Migliarina, e de lá seguimos pras Cinque Terre. Nos outros dias, pegamos o trem saindo da estação La Spezia Centrale, pra onde fomos à pé.

E nessa ida e vinda entre hotel e estação de trem descobrimos detalhes da cidade que nos fizeram pensar que a escolha finalmente foi acertada, e que La Spezia é mais que uma cidade-base e vale dispensar um tempinho pra explorar melhor suas ruas, seu porto, as ruínas do castelo e também o museu naval, passeio que não fizemos mas que fez a cidade entrar na lista das que “precisamos voltar por termos assuntos inacabados”. No caminho pra estação de trem, descobrimos o castelo que outrora protegeu a cidade dos inimigos que chegavam pelo mar. Ao longo do caminho, sentimos o perfume que a Ligúria exala: perfume de flor de laranjeira. Se a Provença tem cheiro de lavanda, alecrim e pinho, a Ligúria tem perfume de laranja e limão, e lembranças deliciosas de dias percorrendo vinhedos plantados em terraços.

Num dos finais de tarde que passamos por lá, resolvemos dar uma volta no porto, e assistimos à partida de um navio de cruzeiro. O navio deixava lentamente o porto, os passageiros correram pra se colocar nas pontes e acenar aos que ficaram no cais. Lentamente, quase no mesmo ritmo do navio, caminhamos em direção do cais, olhando prum navio que transportava desconhecidos partindo não sabemos onde, cheios de alegria transmitida através dos acenos fervorosos. O movimento do navio conferiu vida às águas calmas do mediterrâneo no porto, “mar de azeite”, como Amyr Klink tanto mencionou quando atravessou o Atlântico em cem dias. Essa cena do navio se afastando vagarosamente, levando sonhos e expectativas de uma viagem desejada e sonhada por cada um daqueles passageiros é certamente um dos mais belos souvenirs que trouxe dessa cidade, que é mais que uma base na Ligúria.

 

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