Amélie Nothomb, uma escritora de narrativa visceral. Essa é a característica principal que vem à mente se tivesse de definir em uma palavra o estilo da escritora belga (que é francofone, por isso entrou no projeto). Devo mais um agradecimento aos belgas por seus belos feitos: cerveja, batata frita, chocolate, François Damien, Stromae, Amélie Nothomb (tem muito mais, claro, adoro os belgas). Minha descoberta de Nothomb se fez ainda durante o curso de francês, quando o professor nos indicou a leitura de “Les catilinaires” (As Catilinárias, em referência aos quatro discursos proferidos por Cícero acusando Catilina de tentar usar o poder em proveito próprio, no senado romano. A boa e velha corrupção.)
Filha de diplomata, ela nasceu em Kobe, no Japão. E o romance escolhido retrata justamente um período bem especifíco de sua infância: a mudança do Japão para a China, quando ela tinha 5 anos. A apresentação do livro já avança o teor da narrativa de Nothomb: “Nehum jornal, nenhuma agência de notícias, nenhum historiador jamais mencionou a guerra mundial do gueto de San Li Tun, que durou de 1972 à 1975. É em função desta barbárie que entendi uma imensa verdade: graças ao inimigo, este sinistro acidente que é a vida se torna uma epopeia. A minha seria grandiosa: os generais do exército dos Aliados me nomearam “batedora”. Sem a chegada de Elena, eu teria ficado invulnerável até o fim. Eu amei-a desde o primeiro segundo. Ela foi minha bela Helena, minha guerra de Troia, minha sabotagem amorosa. Eu vivi tudo durante esses três anos: o heroísmo, a glória, a traição, o amor, a indiferença, o sofrimento, a humilhação. Foi na China, eu tinha 7 anos.”
E minha leitura se fez como jogo de criança: praticamente numa sentada, devorei o relato envolvente que evoca o período da infância quando tudo é fascinação, descoberta e exploração, e quando associações incríveis são feitas – países comunistas tem ventiladores e desconhecem o ar condicionado, e assim Pequim é rapidamente apresentada como a Cidade dos Ventiladores. A infância, esse período em que somos bombardeados de informações, interrogados a todo momento sobre nosso futuro, e que a autora acertadamente responde: “Quando serei grande, pensarei em quando era pequena”.
E minha leitura se fez como jogo de criança: praticamente numa sentada, devorei o relato envolvente que evoca o período da infância quando tudo é fascinação, descoberta e exploração, e quando associações incríveis são feitas – países comunistas tem ventiladores e desconhecem o ar condicionado, e assim Pequim é rapidamente apresentada como a Cidade dos Ventiladores. A infância, esse período em que somos bombardeados de informações, interrogados a todo momento sobre nosso futuro, e que a autora acertadamente responde: “Quando serei grande, pensarei em quando era pequena”.
Anônimo
"Recito"? Acredito que voce desejava escreve "narrativa", nao? Linguas misturadas fazem parte do processo de aprendizagem mas o que isto tem de ludico tem de perigoso: a perda do poder de comunicacao que depende da clareza das palavras. A diversao para quando comeca a confusao! Entao tomara que voce nunca perca seu poder de se divertir e nos divertir com as palavras ; )
Natalia Itabayana
Falha corrigida! Vez ou outra tenho essas panes, é bem chato na verdade, mas sorte que não acontece com frequência e sempre tem alguém pra corrigir! Obrigada!